Nutrição e alimentação de tilápias: faça as escolhas certas

Saiba como cuidar adequadamente da nutrição e alimentação de tilápias!

As tilápias são peixes de espécies variadas de água doce, nativas do continente africano, mas foram introduzidas em diversos locais da América do Sul e da América do Norte.

Trata-se de um gênero bastante cultivado no Sudeste do Brasil, em especial no estado de Minas Gerais, e com vasto potencial de crescimento no Nordeste, principalmente em Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco e Sergipe.

Dependendo do tamanho da produção, esse tipo de peixe é bem fácil de ser criado em aquários ou até mesmo em caixas d‘água, já que não necessitam de espaços muito vastos e, além disso, se reproduzem com facilidade em cativeiro e crescem rápido, o que os torna muito atrativos para o cultivo.

Por outro lado, essa espécie pode apresentar perigo à outras de menor tamanho, ou seja, é interessante que não se misturem com outros tipos de peixe.

A carne da tilápia é bastante apreciada na culinária brasileira, pois sua carne é bastante apreciada por ser leve e saborosa, e elas ainda exercem um importante papel no controle biológico de plantas aquáticas, evitando problemas com infestações.

No Brasil, a criação de tilápia, ou tilapicultura, já representa aproximadamente metade de toda produção da piscicultura nacional e vem crescendo significativamente nos últimos anos.

Por esse motivo, a iAqua preparou esse material com uma série de informações e dicas sobre a nutrição e alimentação desses animais.

Nutrição e alimentação de tilápias

Ao iniciar uma criação de qualquer tipo de animal é necessário ter em mente os custos envolvidos com o processo e com a criação de tilápias não é diferente.

A alimentação pode representar de 40% a 70% dos custos envolvidos na produção, sendo portanto o item principal no quesito custo.

Nesse sentido, a dica mais importante é adequar a nutrição e o manejo alimentar dos animais conforme as fases de produção e o sistema de cultivo escolhido.

Dessa forma, é possível melhorar o aproveitamento do potencial já existente do crescimento dos peixes, acelerar o crescimento dos animais e aumentar a quantidade de safras por período. Assim como reduzir os impactos poluentes dos efluentes envolvidos na piscicultura intensiva e melhorar a eficiência alimentar.

Além disso, é possível minimizar os custos de produção, contribuir para o aumento de produtividade nas áreas de produção e melhorar a saúde dos animais.

Evitar doenças, parasitas e mortes de animais e aumentar a tolerância das tilápias tanto ao manuseio quanto ao transporte dos animais vivos. Incluindo maximizar os índices de reprodução e a qualidade de vida das fases pós-larvas e alevinos, otimizar a produção e aumentar os ganhos com a atividade.

Outra dica importante é ter conhecimento sobre quais são os nutrientes essenciais para as tilápias e buscar oferecê-los em sua produção.

Para manter uma criação saudável e evitar mortalidade, é essencial que os animais supram as suas necessidades nutricionais por meio dos alimentos oferecidos em seu ambiente.

As tilápias devem, portanto, obter suficientemente os nutrientes que garantem o funcionamento de seus processos metabólicos e fisiológicos, garantindo sua saúde, seu crescimento e sua reprodução.

Os peixes, em geral, costumam exigir cerca de 44 nutrientes essenciais e entre eles estão a água, os aminoácidos essenciais, a energia, os ácidos graxos essenciais, algumas vitaminas, minerais e os carotenóides.

Abaixo, detalhamos um pouco melhor as particularidades de alguns desses nutrientes fundamentais:

Aminoácidos essenciais 

As proteínas são formadas justamente por aminoácidos, por isso é tão importante que a alimentação dos peixes inclua esses nutrientes para a formação dos seus tecidos musculares e, consequentemente, para que eles cresçam.

A maioria dos animais, inclusive os peixes, necessitam de 10 aminoácidos essenciais, e no caso de um dos tipos mais comuns de tilápias, a tilápia do Nilo, são eles: lisina, arginina, histidina, treonina, valina, leucina, isoleucina, metionina, fenilalanina e triptofano.

Cada um desses nutrientes têm suas respectivas quantidades adequadas para uma alimentação balanceada dos peixes, por isso recomendamos ainda a consulta de guias especializados no assunto.

Energia

Para a realização das suas atividades, dos seus processos fisiológicos e metabólicos, para o seu crescimento e para a reprodução, todos os seres vivos gastam energia, que geralmente é obtida por meio da metabolização de carboidratos, de lipídios adquiridos nas formas de gorduras e óleos e de proteínas.

Tratando-se dos peixes, essa energia é utilizada principalmente para o crescimento, visto que, diferente de aves e de mamíferos, os peixes são pecilotérmicos e não fazem gasto energético para regular a temperatura, já que ela varia conforme o ambiente em que estão inseridos.

Por esse motivo, os peixes possuem índices de conversão alimentar mais baixos (0,9 a 1,8) do que as aves (1,6 a 1,9) e os suínos (2,5 a 2,9) e a aplicação de ração torna-se mais eficiente quando os animais estão em ambientes que ofereçam um conforto térmico.

Para peixes originalmente tropicais, que é o caso das tilápias, esse conforto térmico está entre as temperaturas de 27 e 30 ºC, faixa em que a digestão, o metabolismo, o ganho de peso e a imunidade são minimizados.

E tratando-se de tilápias, o desempenho é melhor quando faz-se o uso de rações com maior relação entre proteína bruta e energia digestível (PB/ED), mais especificamente uma proporção de 100g de proteína bruta para cada 0,8 a 1kg de energia digestível.

A baixa ingestão de energia, pode ocasionar atrasos na maturação sexual e diminuir significativamente a produção de ovos, gerando prejuízos à produção.

Ácidos graxos essenciais

Os ácidos graxos são encontrados nos lipídios (óleos e gorduras) e os essenciais são aqueles que não são sintetizados por organismos animais por meio de outros ácidos graxos ou algum precursor, ou seja, eles precisam ser oferecidos via ração ou alimentos.

Esses nutrientes compõem as membranas celulares e são fontes de energia e, a falta dos mesmos pode gerar atraso no crescimento, reduzir a eficiência alimentar, apodrecer as nadadeiras, gerar síndrome do choque, diminuir a capacidade de reprodução e aumentar a mortalidade dos animais.

 No caso de peixes de água doce e tropicais, a exigência são ácidos graxos da família w-6 ou da família linoléico – 18:2.

Minerais e vitaminas

Os minerais e vitaminas auxiliam na constituição dos tecidos ósseos e sanguíneos, em muitos processos metabólicos e fisiológicos, no crescimento muscular, na saúde e na reprodução das tilápias.

Por isso, é fundamental que os alimentos e as rações oferecidas contem com esses nutrientes.

Entre as melhores fontes de minerais para os peixes estão os alimentos de origem animal como as farinhas feitas à base de carne e ossos e de peixe.

Enquanto isso, as farinhas de farelos de vegetais precisam ser suplementadas para atingir níveis interessantes de minerais.

Já as vitaminas, devem ser obtidas com a alimentação natural, geralmente composta por organismos vegetais como algas, frutos, plantas aquáticas, sementes, etc, ou animais como crustáceos, larvas e ninfas.

Além disso, algumas rações também oferecem vitaminas.

Por fim, para oferecer uma alimentação saudável para as tilápias, é muito importante que os alimentos sejam naturais, simulando a alimentação disponível a esses animais em seus habitats de origem.

A iAqua oferece em seu catálogo uma série de produtos voltados para a nutrição de animais aquáticos disponíveis aqui.

Também vale a pena contar com a ajuda de um veterinário ou técnico especializado no assunto, já que um profissional experiente vai saber te orientar com relação às quantidades e frequências de alimentação dos animais com uma atenção mais adequada à sua criação em particular!

E se tiver interesse em saber mais sobre o assunto, confira também o nosso material com 6 dicas sobre criação de tilápia para tornar seu negócio promissor.

Caso ainda reste alguma dúvida, entre em contato conosco!

Ficaremos felizes em colaborar!

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