As atividades relacionadas às práticas de aquicultura vêm crescendo bastante por todo o território brasileiro e, com isso, a procura por métodos de criação de peixes, camarões e outros organismos aquáticos. Pensando nisso, a iAqua selecionou algumas informações importantes para te orientar com relação aos cuidados que você deve ter com um tanque para piscicultura.
Qual a diferença entre tanque e viveiro?
Para começar, é importante saber diferenciar os tanques dos viveiros para dar o tratamento adequado a cada um dos ambientes.
Os viveiros são estruturas que se aproximam mais do habitat natural dos animais e, os tanques, por sua vez, são mais artificiais e geralmente são revestidos com materiais que não necessariamente simulam o ambiente natural.
Outra diferença principal é que, enquanto nos viveiros a água é trocada frequentemente por sistemas de barragem ou por derivação, nos tanques esse abastecimento é feito sempre via bombeamento, canal ou nascentes.
Tipos de tanques para piscicultura
Dentro dessa categoria, há uma diversidade de tipos de estruturas utilizadas na piscicultura, entre elas estão:
Tanques de terra
Se assemelham a um viveiro por apresentarem características mais próximas dos ambientes de origem das espécies.
A recomendação para esse tipo de tanque é que eles sejam construídos diretamente na terra, o que facilita o manejo e a limpeza.
Tanques de alvenaria
O primeiro tipo de tanque para piscicultura são os tanques de alvenaria são majoritariamente feitos de concreto, cimento ou argamassa armada e, em algumas ocasiões, os tanques de alvenaria possuem um fundo de terra e apenas as suas paredes são revestidas de cimento.
Comparado com o modelo de terra, esse tipo de tanque oferece uma manutenção bem mais fácil, por isso é mais recomendado.
Tanques de lona de PVC
Já esse segundo tipo de tanque para piscicultura possui a higienização mais fácil e, por isso, são mais práticos e oferecem mais segurança à produção.
Além disso, por possuírem um revestimento de PVC impermeabilizante, economizam mais água.
Tanques-rede
Em termos de proteção, esse tipo de tanque para piscicultura é o mais adequado. Isso porque protege os peixes de predadores, principalmente quando fabricados com telas de arame.
Esses tanques possuem um manejo mais fácil e permitem observar melhor a criação, o que facilita a identificação de doenças e, consequentemente, o tratamento mais rápido, prevenindo a mortalidade de animais.
Outra vantagem é que, quando fabricados com rede de tela de poliéster de alta tenacidade e sem nós, os tanques-rede evitam machucar os peixes quando os mesmos estão em momentos de estresse, aumentando a qualidade de vida dos animais e dos produtos oferecidos ao mercado.
Quais cuidados deve-se ter com o tanque para piscicultura?
Existe uma série de cuidados que o piscicultor deve ter com o tanque para piscicultura para garantir uma produção sustentável, entre os mais importantes estão:
1. Garantir a manutenção da qualidade da água
Em primeiro lugar, para cuidar de um tanque para piscicultura é imprescindível que a água esteja com boa qualidade em todos os níveis do tanque, afinal existem espécies que ficam mais na superfície e outras que preferem ficar na parte mais baixa da estrutura.
Somado a isso, manter uma boa qualidade da água faz toda diferença na prevenção da mortalidade dos peixes, os riscos de contaminação por fezes ou restos de alimento e demais problemas que podem ser acarretados pelo uso de uma água de baixa qualidade.
Portanto, certifique-se de que a água esteja sempre filtrada e constantemente renovada, além de fazer um controle da água frequente, por meio dos parâmetros básicos da piscicultura, que devem ser adequados ao(s) tipo(s) de espécie cultivada(s) naquele espaço.
Inclusive, aqui no nossa página, você encontrará mais materiais a respeito do assunto que podem te auxiliar com isso: [inserir links] e também vários produtos para realizar uma boa análise de água a fim de garantir a qualidade.
2. Prevenir as infiltrações e fazer uma boa análise do solo
Em viveiros escavados, um bom revestimento faz toda a diferença na hora de evitar infiltrações e perda de água.
Por isso, faça uma boa análise do solo, retire os pedregulhos, as matérias orgânicas e as raízes, buscando sempre deixar apenas material sólido e homogêneo no local onde for instalar o(s) viveiro(s).
Para limpar a área, você pode optar por fazer uma gradagem dos primeiros 15 centímetros do solo, coletar amostras e verificar a composição física dos solo, que idealmente deve possuir entre 15% e 30% de argila em sua composição.
E ainda que existam algumas incertezas com relação à viabilidade de empreendimentos que utilizem águas subterrâneas no Brasil, o cuidado com as infiltrações deve ser dobrado nesse tipo de criação.
3. Escolher o melhor formato para o tanque
Obviamente, o formato do tanque vai depender bastante do espaço que você tem disponível e do tamanho da sua criação.
No entanto, existem basicamente três formatos de tanques, são eles: circular, quadrado e retangular.
O circular é uma boa opção por facilitar os movimentos circulatórios da água, que acabam simulando o habitat natural dos peixes, uma vez que há uma correnteza e possibilita aos animais o movimento de nadar contra ela.
Esse tipo de tanque é mais indicado na criação das espécies bagre, lambari, matrinxã, panga, pirarucu, tilápia e truta, pois tem uma alta capacidade de estocagem e intensa circulação de água.
Entretanto, atualmente esse formato é mais raro, pois os tanques quadrados e retangulares são bem mais utilizados por, no geral, tornarem o manejo mais fácil e proporcionarem maior bem-estar para os peixes.
Além disso, os formatos quadrado e retangular são opções melhores para quem possui criação de espécies diferentes em um mesmo ambiente.
4. Optar por solos argilosos
A argila é um composto muito à base de pequenos sedimentos de rocha macia que possui um formato e cargas elétricas que contribuem bastante com a impermeabilidade do solo.
Solos com menor concentração de argila e maior concentração de areia tendem a ser mais permeáveis porque apresentarão mais espaços entre eles, fazendo com que ocorram mais infiltrações.
Você também pode procurar o sindicato rural do seu município para informar-se sobre técnicas que diminuam o risco de infiltração.
5. Evitar poros no solo
Além de optar por solos argilosos, uma boa alternativa para a diminuição de poros no solo é cobrir o fundo do tanque com matéria orgânica.
Essa aplicação deve ser feita por meio de camadas de esterco fresco, preferencialmente o bovino, que deve ser umedecido, posicionado no fundo do tanque e, finalmente, coberto pela água.
6. Fazer um bom revestimento do tanque
O objetivo principal de um bom revestimento é evitar infiltrações que prejudiquem a criação ou gerem mais gastos ao produtor.
Um dos métodos mais comuns consiste na aplicação de solo-cimento no fundo do tanque, de modo que as misturas variem de 3 a 11 partes de solo a cada parte de cimento.
Após isso, o responsável deve aplicar sobre o fundo do tanque a mistura com água.
Outra alternativa é o uso de sacos cheios de mistura de solo-cimento sobre o fundo do tanque.
Em contrapartida, o uso de lonas, mesmo sendo muito comum, não é a melhor prática porque os materiais geralmente são bastante delgados e pouco resistentes à abrasão. Assim, não impedindo que essa lona seja rasgada ou perfurada após os tanques serem preenchidos com água.
Conclusão
Por fim, esperamos que o material tenha sido útil para você e, caso ainda reste alguma dúvida, estamos à disposição para te ajudar! Inclusive, temos este conteúdo aqui sobre criação de tilápia que pode te interessar.
Além disso, a iAqua possui uma série de produtos de aquacultura comercial disponíveis para trazer mais qualidade ao seu trabalho!